Filho vai à lavoura contar ao pai agricultor que passou em Medicina e reação, no sertão da Bahia, comove internautas

26/02/2022 12:30

'Mesmo sem as melhores instruções do mundo, me incentivou a correr atrás dos meus sonhos', disse o estudante. Choro e abraço dos dois, enquanto o homem trabalhava na roça, emocionaram usuários da rede
 
Os choros de pai e filho, moradores da pequena cidade de Caculé, no sertão da Bahia, têm emocionado milhares de brasileiros nas redes. Num momento em que o país vive o luto de uma tragédia, como a de Petrópolis (RJ), e o mundo vive o temor de uma guerra, as lágrimas de felicidade de Sandro Lúcio Nascimento Rocha, de 21 anos, serviram para criar uma verdadeira corrente de esperança entre internautas. Ele compartilhou imagens em que conta para o pai, que trabalha na roça, ter passado no  vestibular para Medicina, na Universidade Federal da Bahia
(UFBA).
Na gravação, o rapaz, chamado de Sandrão pelo amigo, adentra ansioso a lavoura onde o pai trabalhava com sua enxada. Acompanhado pelo autor das imagens, ele precisou ainda de um "empurrãozinho" para que, após avistar o pai, seguisse para o abraço de comemoração. "O mais novo estudante de Medicina! Ele passou!", diz o interlocutor, enquanto o homem parece não acreditar. Não demora para que os dois comecem a chorar copiosamente, enquanto se abraçam com força. A cena também emocionou os trabalhadores que estavam em volta. A simplicidade do pai resta mais evidenciada que nunca quando, após o breve momento, ele ainda chorando pega seu instrumento de trabalho novamente e volta a cultivar o solo.
Nesta sexta-feira (25), Sandro escreveu sobre o momento, após saber sobre sua aprovação. Ele agradeceu à Deus, a seus professores, que o ajudaram a alcançar o objetivo, mas também falou sobre a base familiar, que se provou valiosa: o pai lavrador e a mãe, dona de casa.
"Assim como uma casa precisa de uma alvenaria para erguer-se, um lar precisa de um grande homem e de uma grande mulher para suster-se moral e espiritualmente. Eu fui agraciado por ter uma família que, mesmo sem as melhores instruções do mundo, me incentivou a correr atrás dos meus sonhos. Enquanto meu pai, lavrador, labutava na roça, minha mãe segurava a barra nas tarefas domésticas; meu irmão, ao longo de seus 13 anos de idade, sendo o meu xodó e símbolo de irmandade", escreveu Sandro.
Fonte:O Globo