Alckmin diz que preços não cairão em '24 horas' e reforça pedido para que estados reduzam ICMS de produtos

10/03/2025 12:42

Vice-presidente também defendeu que governo não pretende tomar nenhuma medida drástica para reduzir os preços de forma abrupta. Segundo ele, 'não haverá nenhuma heterodoxia'.

 

O vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira (10) que as medidas do governo federal para baratar o preço dos alimentos não terão efeitos imediatos nas prateleiras dos supermercados.

 

Alckmin afirmou, em entrevista à rádio CBN, que o custo da comida preocupa o governo e que a alta foi motivada por conta do clima, que reduziu a produção, e a cotação do dólar que bateu em R$ 6,20 no final de 2024.

 

Segundo o vice-presidente, a tendência é de queda nos preços porque a cotação do dólar caiu e o Brasil terá safra recorde.

 

Apesar do cenário otimista para os próximos meses, Alckmin ponderou que a queda dos preços para os consumidores não será imediata. "Isso não é em 24 horas", disse..

Por isso, o governo decidiu zerar o imposto de importação de produtos e adotou outras medidas para tentar um impacto mais rápido nos mercados.

 

A decisão do governo federal é que carnes, açúcar, café, azeite, milho, biscoitos, massas e outros itens terão as alíquotas de importação zeradas nos próximos dias. O objetivo é reduzir os preços e aliviar a pressão inflacionária sobre a população, especialmente a de baixa renda.

 

Alckmin também aproveitou a ocasião para reforçar o pedido aos estados para que garantam a isenção do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a cesta básica.

 

"Nós entendemos a realidade cada estado, por isso não é obrigatório, é uma proposta. E também não precisa zerar todos. Pode, de repente, eu vou pegar ovo e zerar o ICMS durante um período. Isso vai passar", sugeriu o vice-presidente.

Segundo ele, a medida é uma sugestão, mas não será obrigatória. "A hora que dólar se mantiver nesse patamar, o clima melhorar e a safra vai ser recorde, isso vai melhorar, é transitório. Eu não posso reduzir todos os ICMS, mas eu posso de algum produto, o que puder fazer, ajuda".

 

"Ninguém vai obrigar, não vai ser lei, não vai ser obrigado, mas uma proposta aos governos estaduais que também transitoriamente reduzissem o ICMS, que ajuda, os economistas colocam que isso pode ter um efeito muito rápido", prosseguiu.

Alckmin também afirmou que o governo não pretende tributar exportações do agronegócio. Na última sexta-feira (7), Lula afirmou que, caso os preços não caiam, poderá adotar atitude mais drástica, porém não explicou quais medidas seriam adotadas.

 

"Não haverá nenhuma heterodoxia, né, 'olha, vão tributar exportação', não tem nada disso", frisou Alckmin.

 

Via: G1