Aumento dos assaltos no Nordeste faz povo pensar em novo cangaço. (Veja o vídeo)
GLOBO NEWS – BAHIA – 08/04/14
Surgimento de polícia vestida de uniforme cáqui lembra tempo das volantes.
Presidente do sindicato diz que bancários chegam a ser sequestrados.
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O grande aumento nos assaltos a bancos no interior do Nordeste, assim como as explosões de caixas eletrônicos, faz algumas pessoas pensarem em um novo cangaço. O surgimento de uma polícia vestida de cáqui, com uniforme inspirado nos americanos da Guerra do Golfo, faz algumas pessoas lembrarem das volantes que perseguiam Lampião pela caatinga.
Entretanto, o crime agora tem características diferentes. Enquanto, no passado, muitos o atribuíam à miséria, hoje, outras pessoas atribuem ao surgimento de um crescimento econômico e da prosperidade que a região vive. “O Nordeste tinha uma renda per capita pequena, despertava pouco interesse das grandes empresas. E, a partir de um certo tempo para cá, despertou o interesse das empresas. Com isso, despertou o interesse dos assaltantes”, aponta o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Antonio Paulo Barrocas, que destaca o baixo investimento dos governos em segurança pública.
A cidade de Vitória é a sede da Companhia Independente de Polícia Especializada (Cipe), conhecida como polícia da caatinga. É uma tropa de elite, cujo contingente de cem homens responde por 80 cidades e está treinado para o combate aos assaltos a banco que se espalharam pelo sudoeste baiano. O subcomandante da Cipe, capitão Vagner Ribeiro, destaca que os policiais passam por treinamento e cursos específicos de sobrevivência e adaptação à caatinga. “É preciso um conhecimento especial do bioma, porque, se o policial tiver necessidade, ele conhece justamente como sobreviver nesse ambiente”, diz. Os uniformes, inspirados na Guerra do Golfo, servem para camuflagem.
O patrimônio do banco está sempre assegurado, mas o dano psicológico que traz para o bancário é muito grande” – Antonio Barrocas, pres. Sind. dos Bancários
Os bancários sofrem muito com os assaltos e alguns chegam a ser sequestrados. “É um grande dano psicológico para os funcionários. O patrimônio do banco está sempre assegurado, mas o dano psicológico que traz para o bancário é muito grande e não é levada em conta pelas estatísticas”, afirma Barrocas. Segundo ele, os bandidos intimidam não só os moradores, mas também a polícia.
Alguns observadores acreditam que os assaltantes são do Sudeste, que foram pressionados pela repressão policial e se aproveitaram da vulnerabilidade das pequenas cidades. “A estruturação do sistema de segurança nas grandes cidades fez com que a criminalidade viesse para o interior”, avalia o especialista em inovação Luis Queiroz. Ele diz que os bandidos têm formação militar e que sabem como contornar as dificuldades do terreno.
Para o presidente da Associação de Prefeitos, Alan Lacerda, algumas ações simples poderiam reduzir o número de assaltos, como correntes para cercar as ruas com acesso a bancos. “As estatísticas mostram que os eventos diminuíram nesses municípios”, explica. Monitoramento por vídeo, organização das comunidades e formação de conselhos de segurança também contribuem para evitar o crime.
Investimentos em segurança
Os baixos investimentos do estado e a negligência dos bancos em relação à segurança, na opinião do presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, podem fazer com que a criminalidade aumente. “Se tiver investimento do setor financeiro na segurança das atividades e um olhar diferenciado do governo do estado para a segurança pública, a gente tem uma esperança de reverter esse quadro”, aponta Barrocas.
Veja o video da Globo News:
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Fonte: Globo News