Presidente do Hospital Albert Einstein: ‘Tenho muito medo do que vai acontecer nas próximas duas semanas’

01/03/2021 19:21

 


 
 01/03/2021, 15h40, Foto: Divulgação.

 
 01/03/2021, 15h40, Foto: Divulgação.

“Eu tenho muito medo do que cai acontecer nas próximas duas semanas”. A afirmação, em tom de extrema preocupação, é do presidente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, no Jornal Gente, Sidney Klajner definiu a situação como uma “catástrofe”. “A gente está vendo a lotação das UTIs no país todo, o que é uma catástrofe. Nós estamos falando da situação de hoje relacionada à contaminação de duas semanas atrás. Eu tenho muito medo do que vai acontecer nas próximas duas semanas”. (leia mais abaixo) Na prática, se o ritmo de contágio se mantiver, pode faltar leito para atender pacientes com uma simples apendicite, alerta o presidente do Hospital Albert Einstein. “O que a gente espera é um aumento a tal ponto que, de novo, o sistema de saúde tenha que fechar as portas para as doenças que não são Covid. O receio é o sistema de saúde colapsar e você ter apendicite em casa, ou um infarto, e não ter acesso à saúde”. (leia mais abaixo).

 
 
Sidney Klajner diz que o Hospital Albert Einstein vive um “aumento progressivo” de internações de pacientes com coronavírus. Segundo ele, cerca de 80 pessoas estão na UTI ou em unidades de terapia semi-intensiva – o maior número desde o começo da pandemia. Klajner atribui o que está acontecendo, sobretudo, ao descuido das pessoas com prevenção e distanciamento social.

Nesta segunda-feira(01) , técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) visitam a fábrica da empresa Bharat Biotech, na Índia. Realizada a pedido da própria companhia, a inspeção às instalações onde está sendo produzida a vacina Covaxin, está prevista para terminar na sexta-feira.

Cinco servidores da agência reguladora brasileira avaliarão os padrões de produção da matéria-prima usada na elaboração do imunizante e da própria vacina. Os técnicos vão analisar os procedimentos de armazenamento, os processos de trabalho, entre outros critérios de controle de qualidade, cuja observância é necessária para que a Anvisa conceda ao laboratório farmacêutico o Certificado de Boas Práticas de Fabricação – documento que a agência emite aos fabricantes de medicamentos, produtos para a saúde, cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal, saneantes e insumos farmacuticos do Brasil e de outros países que cumprem os procedimentos e práticas estabelecidos pela instituição.


A Bharat Biotech ainda não pediu à Anvisa autorização para realização de estudos clínicos da Covaxin no Brasil. E nem o registro de uso emergencial da vacina no país. Apesar disso, na última quinta-feira, o Ministério da Saúde assinou um contrato para comprar 20 milhões de doses do imunizante produzido pelo laboratório.


Na última quinta-feira, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu nota técnica contendo medidas e diretrizes destinadas à garantia do cumprimento da ordem de prioridade no processo de imunização contra a Covid-19. Após serem recebidas em diversos estados denúncias de desrespeito à ordem preferencial definida no Plano Nacional de Vacinação, o Grupo de Trabalho Covid-19 da instituição iniciou a elaboração de documento destinado aos atores envolvidos na vacinação.

As orientações são destinadas a órgãos da administração pública direta e indireta, unidades e serviços de saúde, empresas, pessoas jurídicas e conselhos de saúde. O documento busca orientá-los, de modo a garantir a preservação da saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores com maior fator de risco ou maior exposição ao contágio pela doença.


Entre as orientações estão a de cumprir rigorosamente os planos de vacinação nacional (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19), estaduais e municipais. Segundo o Plano Nacional de Vacinação divulgado pelo Governo Federal, estão entre os primeiros grupos a receber a vacina os trabalhadores de saúde, em especial aqueles que atuam na linha de frente de combate ao coronavírus.


O documento também recomenda que seja observada a ordem de prioridade da vacinação contra a Covid-19 em cada unidade de saúde contemplada, com a classificação de risco de contágio a ser efetivada por profissional, servidor, órgão, comissão ou entidade acreditada para esse fim – sob pena de, em caso de descumprimento, serem adotadas as medidas trabalhistas, cíveis, criminais e administrativas cabíveis.


O documento observa também a necessidade de se promover ações para dar transparência à execução da vacinação contra a Covid-19 no município, inclusive com a divulgação semanal dos nomes das pessoas vacinadas, das metas vacinais atingidas a serem informadas aos conselheiros municipais de saúde. (com informações da Agência Brasil).